Luanda - O pastor da Igreja
“Pentecostal Renascer Em Cristo”, Rui Gonçalves Domingos, casado, de 36 anos de
idade, residente no município de Viana, está detido na 44ª Esquadra de Polícia
do Comando de Viana, desde as primeiras horas de quarta-feira, 22, por
supostamente ter abusado sexualmente mais de 20 fiéis da sua igreja.
Até ao momento, cinco jovens com
idades entre 21 e 29 anos de idade, apresentaram queixa contra o referido
pastor por importunação sexual, na esquadra acima referenciada. Ouvidas em
exclusivo pelo NA MIRA DO CRIME, as mulheres, todas elas comprometidas, dizem
que o número de jovens abusadas ultrapassa 20, no entanto, outras vítimas não
querem “dar a cara” para evitar problemas no lar.
De acordo com uma das jovens, de
21 anos de idade, cujo nome vamos omitir, tudo começou no ano de 2021, quando
começou a ser evangelizada por um grupo de jovens da igreja e que a convidaram
para fazer parte do grupo de oração.
Depois de frequentar o templo, no
dia 20 de Novembro de 2022, a mesma foi baptizada pelo pastor Rui Gonçalves
Domingos.
Dias depois, foi contactada por
um grupo de seguidores do pastor, alertando que o líder pediu que ficasse três
dias a jejuar na igreja.
Durante às orações no ‘templo’ o
pastor questionou se a ‘ovelha’ tinha namorado, esta respondeu que sim. Então
pediu que deixasse o relacionamento e que ficasse pelo menos 5 anos separada,
para “purificar o corpo”.
“Eu disse que não era possível porque a pessoa com quem eu estava comprometida já era apresentada na minha família, então ele disse que era bom em sexo e que sabia fazer oito formas diferentes em diferentes partes do corpo”, contou a nossa entrevistada, sublinhando que achava que era tudo uma brincadeira do ‘pai espiritual’.
Brincadeira séria!
Para saciar os seus apetites,
conta a jovem, Rui Gonçalves segurou nos seios da fiel, beijou o pescoço e
disse que queria sexo naquele instante, pedido que foi negado.
“Eu disse que ele era o meu pai
espiritual e não poderia se relacionar com ele, então saí daí a correr, e fui
directamente para casa”, lembrou, acrescentando que a esposa do pastor estava
na porta da igreja, ouviu os gritos e ainda assim ignorou.
“Ela apenas disse, essa é mais
uma das moças que lhe descobriram os problemas”.
“Dois dias depois”, conta, “o
pastor voltou a chamar outra vez, ofereceu-me uma garrafa de água e depois
beijou-me na boca, quando tentei defender-me, segurou com força na minha saia e
rebentou-me a cueca, fiquei revoltada, gritei e sai a correr até a minha casa e
expliquei tudo para a minha mãe”, recordou.
A mãe da jovem, revoltada, tentou
reunir a família para ir até a igreja, mas a jovem decidiu não avançar com
agressão, e pediu para terem mais calma, que ia contactar mais jovens para
saber se já passaram pela mesma situação.
No entanto, conta, ficou
arrepiada quando ficou a saber que eram mais de 20 as jovens abusadas, duas das
quais engravidaram.
Não é o primeiro caso, as outras meninas só não contam porque têm vergonha”, lamentou.Uma investigação próximo a fieis da igreja, dá conta que, por esta atitude do pastor a referida denominação está dividida em duas partes.“Já reunimos várias vezes com ele, prometeu que ia parar, mas parece que não serviu de nada”, disse a nossa fonte.
Procurador junto da Esquadra tenta soltar acusado?
O clima no interior da Esquadra entre os trabalhadores do Ministério Público e os efectivos da Ordem não é o mais saudável.
Investigação deste jornal dá conta que, no mesmo dia em que o pastor foi detido, as jovens e o acusado foram ouvidos. No entanto, o documento feito pela PGR e que as senhoras deveriam assinar contradizia com a instrução do processo.
“Tudo estava a favor do pastor, no dia seguinte ele poderia sair da cadeia normalmente”, lamentaram as senhoras, acusando os homens da PGR de falta de seriedade e comprometimento com a justiça.
A orientação do Comandante da 44ª Esquadra em manter o pastor nas celas até que o processo seja transparente, segundo fonte interna, não terá caído bem ao procurador daquela esquadra, motivo para zangar ‘as comadres’, e razão para o acusado estar até agora nas celas.
Comandante nega suborno de 5 milhões de Kwanzas
Segundo dados em posse deste jornal, um grupo de fiéis da igreja Pentecostal Renascer, procuraram, no último final de semana, o Comandante da Esquadra, apenas identificado como Serafim, que ostenta a patente de Intendente, para soltar o pastor em troca de 5 milhões de Kwanzas, pedido negado categoricamente pelo oficial de Polícia.“A pressão contra as autoridades só não surtiu efeito porque a área social da Administração de Viana tomou peito da questão, senão este pastor já estava na rua e a cometer os mesmos crimes, com a benevolência dos homens da PGR”, atirou uma fonte.
Fonte: Na Mira do Crime
