Luanda - Mau estado de conservação dos corpos preocupa citadinos em
Luanda. Mais de 75 por cento dos corpos depositados na morgue central do
hospital Josina Machel (Maria pia) em Luanda, encontram-se em mau estado de
conservação devido ao mau funcionamento das câmaras.
Ultimamente, está difícil depositar corpos na morgue central
por causa do elevado grau de deterioração que se verificam nas referidas
câmaras.
Segundo citadinos, todos os corpos ai depositados
encontram-se irreconhecíveis e com sinais de putrefacção muito avançados.
Na manhã desta segunda-feira, 27, uma equipa do NA MIRA DO
CRIME rumou até à referida unidade hospitalar, onde constatou um cenário
desolador e repugnante.
De acordo com familiares dos malogrados, para ter um corpo devidamente
conservado, a morgue dispõe de duas áreas: uma denominada Kilamba (onde os
preços variam entre 06 a 15 mil kwanzas diários), e outra área geral (com
câmaras avariadas), onde se paga apenas 2500 Kwanzas.
Rosa Manuel, que teve que transferir o corpo de seu ente
querido para outra morgue, informa que tão logo o seu sobrinho perdeu a vida,
foi-lhe aconselhado pelos técnicos daquela unidade para depositar no Kilamba,
para melhor conservação, mas com uma taxa de 15 mil kwanzas diários.
"Nós que não temos dinheiro somos obrigados a tirar os
corpos dos nossos familiares daqui para outra morgue antes que acabem por
apodrecer", revelou.
Quem também falou aos nossos microfones é António Muginga e
sua família que entraram em desavenças com os funcionários por encontrarem o
corpo de seu filho totalmente deteriorado, apesar de terem pago 10 mil kwanzas
para quatro dias.
De acordo com alguns funcionários, cujos nomes omitimos, a
pedido dos mesmos, quase todas as câmaras encontram-se avariadas e já não
conservam absolutamente nada, e alegam que a situação já é do domínio do
Ministério da Saúde e dos serviços do Governo Provincial de Luanda.
Importa referir que por causa do grau de deterioração dos
corpos, muitos destes já não são levados em casa, mas sim directamente para os
cemitérios. A população clama por uma intervenção urgente da ministra da Saúde,
Sílvia Lutukuta e do Governador Provincial de Luanda, Manuel Homem
Fonte: Na Mira do Crime