Alambamento em Angola passou a ser comercial

 


Em Angola, o alambamento consiste numa tradição cultural forte e talvez mais importante do que o casamento civil ou religioso.

O mesmo consiste numa série de rituais, como por exemplo a entrega de uma carta com o pedido da mão da noiva, ofertas em bens e por vezes até mesmo dinheiro.

Para melhor compreensão do assunto conversamos com Príncipe Yoʼzwa Bomengo, membro da Kanga de sua Majestade, Rei do Povo Bantu, TadyDiambwisu vô Tadydiantedimisi.

Para Yoʼzwa Bomengo o ensino de Sua Majestade Fhumu TadyDiambwisu vô Tadydiantedimisi, o Rei do povo Bantu, o que hoje consideram e denominam de alambamento ou pedido, e para muitos de “casamento tradicional”, é “MAKUELA”, ou seja, o casamento propriamente dito. Makuela no verdadeiro sentido significa que duas pessoas estão prontas para se relacionarem fisicamente e gerarem uma família, por isso que é makuela, que vem do verbo “kuyela ou kukuela” que significa “maduro” ou “amadurecer”. São duas almas que estão maduras para se relacionarem fisicamente e gerar uma família. O que é pago para tomar a mulher nós chamamos de taxa de casamento ou contrato de casamento “nkanda makuela”.

" Então, o primeiro objectivo do pagamento da “taxa de casamento” é para honrar a família e o segundo objectivo é o de pagar o direito do homem em tomar a mulher sexualmente e gerar filhos nessa mulher, porque é um território, o homem produz sêmen, e a palavra “sêmen” vem de “semente”, então o homem produz a água que na nossa língua se diz “masa”, e a água vai na terra e germina plantas que dão frutos. É assim que funciona, o homem paga pela mulher onde ele vai gerar filhos. Por isso temos observado a grande necessidade da parte das mulheres do nosso povo que conhecem a LEI do Criador, que quando são pagas em makuela querem gerar filhos, porque este é o objectivo primordial do casamento “gerar família”, gerar continuidade da espécie das almas viventes" disse.

Afirmou que o pagamento da “taxa de casamento” chamado de “dote ou carta de pedido” é para honrar a família e pagar o direito sexual da mulher, o direito do homem se unir com ela através do sexo e gerar filhos para este homem, e esta é a parte mais importante. Por isso que na nossa cultura bantu, quando um homem paga por uma mulher, os mais velhos querem filhos, porque sabem que é um terreno, o homem produz a água e rega a terra e a mulher tem de germinar as sementes e dar frutos. O objectivo principal do casamente é formar família e formar família implica gerar filhos, então a taxa de casamento ou nkanda makuela ”carta de casamento” ou o “contrato de casamento”, serve para honrar a família paterna e materna da mulher e a própria mulher, por isso é que a carta traz artigos para família do pai, para família da mãe e para a própria mulher, no sentido de se pagar o direito sexual do homem nesta mulher. Por exemplo, quando um macho tem relações sexuais com a sua fêmea, quem carrega a semente que vai gerar os frutos? É a mulher, então o homem deve pagar pelo terreno, por isso é que a mulher virgem custa mais caro do que a mulher não virgem, porque uma mulher virgem é um terreno que ainda não recebeu nenhuma semente, e o homem ao colocar a sua semente neste terreno tem 100% de certeza que os frutos gerados aí, veem total eexclusivamente com seu DNA, sem nenhuma possibilidade de mistura ou contaminação com as sementes depositas anteriormente por outros homens.


Destacou que o pagamento da taxa de casamento tem um grande valor cultural por ser neste acto em que se honra a família da mulher e se paga também o direito do homem em se unir sexualmente com a mulher para gerarem família e darem a continuidade da nossa espécie, as almas viventes. E a taxa ou contrato de casamento não deve ser visto apenas numa perspectiva financeira ou festiva, pois, como ensina o REI TADY, e testificado da Escritura da Verdade, a mulher pode ser tomada pela palavra dos seus pais, ou por aquilo que os pais designarem, sem, no entanto, ser um contrato que envolve dinheiro, tal como foi com o nosso antepassado Isolele, chamado pelo ocidente de Jacó, que trabalhou sete idades para tomar a nossa mãe em makuela.

O principe Yoʼzwa Bomengo afirma que o  desconhecimento da Lei leva à destruição, e quanto a isso, o Criador Tata Kongo disse: “o meu povo sofre porque lhe foi privado o conhecimento da verdade”. Em Mbanza Kongo, o Reino do povo Bantu, Sua Majestade Fhumu Tady instituiu uma norma para regular os direitos matrimoniais, que preveem a salvaguarda da honra da mulher, o respeito pelos seus pais e pela família do homem também.

" O que acontece em termos gerais em Kongola “Angola” é que os casamentos nas famílias passaram a ser considerados como uma oportunidade de enriquecimento que, por fim acabam por vender a filha à família do macho" finalizou.

 Por: Príncipe Yoʼzwa Bomengo

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