Mulheres queixam-se do silêncio das autoridades ante fuga à paternidade e violência


Luanda — O Instituto Nacional da Criança (INAC) voltou a apontar a fuga à paternidade como principal motivo das queixas de violência contra crianças durante o mês de Abril, com mais de 400 casos.

Mães vítimas denunciam desprezo das autoridades judiciais ante esta situação que se agrava cada vez mais.

Na segunda posição da lista surgem agressões físicas com mais de 200 denúncias, exploração de trabalho infantil, cerca de 150, e abuso sexual, mais de 50 casos.

A Voz da América conversou com mulheres que revelam passar por momentos difíceis.

Benvinda Manuel, de 36 anos de idade, mãe de dois filhos, diz ter sido abandonada há mais de oito anos e o pai dos filhos não regista as crianças nem dá subsidio de alimentação.

“Antes dava, mas já parou. Desde que ele parou de dar sustento já passam 4 anos, ele só aceitou registar um”, conta.

Manuel também afirma estar abandonada pela justiça angolana, por ter recorrido ao tribunal de família em Luanda e oito anos depois não há qualquer desfecho sobre o seu caso.

“Sempre dizem que juiz não está... e o advogado não atende telefone e diz que você não pode ir ao tribunal... não me dá nenhuma satisfação... o tribunal não está a dar atenção”, lamenta.

Outra mulher que sente-se abandonada é Joana Martins, mãe de cinco filhos, que, além dos filhos não estudarem por falta de condições, enfrenta dificuldades com as rendas de casa.

“Quando não trabalhava me tratava bem, quando entrou na pedreira me abandonou e me deixou com os filhos e eu vivo na casa de renda, não estudam porque eu não tenho condições”, conta.

No caso da justiça, o jurista Agostinho Canando recomenda a criação de associações para combaterem essas instituições por conta da corrupção existente no sistema judicial angolano.

Fonte: Voz da América

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