Por falta de quase tudo anciãs prostituem-se para sobreviver no Bairro Mayombe Municipio de Cacuaco

 


Luanda - Os moradores do bairro Mayombe, no município de Cacuaco, estão agastados com o facto de há vários anos, não contarem com os serviços públicos, tais como: água, energia eléctrica da rede pública, hospitais, escolas e saneamento básico. A fome apertou e algumas anciãs "oferecem-se aos motoqueiros" para sobreviver.

Logo na entrada do bairro, há uma mata e, ao lado, um amontoado de lixo. Para quem não conhece a zona, pode até confundir com um local não habitado. Afinal, é um bairro com cerca de 2 mil habitantes, cuja maioria, vive do campo e do comércio.

É uma população em extrema pobreza, com uma refeição ao dia. Mas também há quem passa dias sem comer alguma coisa, conforme este jornal constatou.

É o caso da dona Júlia, de 56 anos de idade, moradora do bairro há três anos, que disse depender das vizinhas para se alimentar.

“Eu, para comer, tenho que ir às minhas vizinhas”, começou, salientando que “às vezes, tem de se prostituir para me darem 100 ou 200 kwanzas para comprar alguma coisa e comer; não sou a única, muitas mulheres aqui para comerem têm 'que se entregar' aos motoqueiros”, terminou.

Quem também sobrevive praticando prostituição é a anciã Laura Pedro, de 61 anos da idade, para quem "a vida está difícil" que decidiu fazer "o que for necessário para sobreviver".

O bairro é recente, já que os primeiros habitantes só passaram a viver naquela zona a partir do 2012.

De lá para cá, a população vê a cada dia o bairro a decair.

Falta tudo

Para terem acesso a alguns serviços, são obrigados a irem à Vila de Cacuaco, apesar de haver um Centro médico na zona.

“Temos um centro médico, mas não tem nada, e a única coisa que eles dão é a receita", relatou o morador Kiala Magalhães.

A falta de saneamento básico é outro dos maiores problemas, pois propicia o aumento de casos de paludismo, atingindo cerca de 70% dos moradores.

“Aqui, todos nós, temos paludismo”, confessou acrescendo que, “só queremos que venham nos dar mosquiteiros, já que sofremos bastante com mosquitos, principalmente quando chove”.

“Aqui nunca vimos um carro de recolha de lixo", afirmou, lembrando, por outro lado, que “a única vez que notaram a presença de um administrador foi em 2014, por altura do censo demográfico.

Fonte: Na Mira do Crime

 

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