Luanda - Depois de mais de 20 anos de conflitos internos que
desestabilizaram a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), a
organização fundada por Holden Roberto deu início à normalização dos vários
órgãos internos que careciam de legitimidade.
O porta-voz do partido, Ndonda Nzinga, apontou como primeiro
acto a realização do V Congresso da FNLA, que elegeu Nimi a Simbi presidente
desta formação política.
"Neste momento está em curso a realização das
conferências municipais para eleição dos primeiros secretários a nível
nacional", disse Ndonda Nzinga, lembrando que o pontapé de saída das
conferências teve início na província de Luanda, onde já foram eleitos os nove
secretários municipais.
No âmbito da normalização dos órgãos internos, de acordo com
Ndonda Nzinga, o braço juvenil do partido, a JFNLA, realiza o seu II Congresso
Ordinário, nos dias 09, 10 e 11 de Agosto, em Luanda.
"O congresso vai colmatar o vazio que existiu durante
nove anos, sem secretário-geral, devido ao conflito interno vivido no seio do
partido", acrescentou Ndanda Nzinga, frisando que normalizados os órgãos,
o partido estará em melhores condições para enfrentar os futuros desafios, nomeadamente
as eleições autárquicas e gerais de 2027.
O porta-voz da FNLA afirmou que o partido "está unido,
coeso e acompanha o seu líder" nas metas programáticas e nas reformas
previstas.
A Frente Nacional de Libertação de Angola foi fundada em
1954, com o nome de União das Populações do Norte de Angola (UPNA), assumindo,
em 1958, o nome de União das Populações de Angola (UPA).
Em 1962, a UPA, ao absorver outro grupo anticolonial, o
Partido Democrático de Angola (PDA), constituiu a FNLA. A FNLA foi um dos
movimentos nacionalistas angolanos durante a guerra anticolonial de 1961 a
1975, juntamente com a União Nacional para a Independência Total de Angola
(UNITA) e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
Desde 1991 que a FNLA se tornou num partido político, cuja
importância tem vindo a diminuir drasticamente, em função dos seus fracos
resultados nas eleições legislativas desde 1992.
Nas últimas eleições de 2022, a FNLA conseguiu apenas dois
deputados.