Luanda - As pessoas que correm para os mercados
de Luanda já não sabem quanto levar na carteira para as compras, porque os
aumentos já não acontecem de mês a mês...
Neste semana por alguns mercados da capital foi
possível verificar aquilo que já não se via em Luanda há muitos anos, os
vendedores a mudar as etiquetas dos preços dos produtos duas vezes em escassas
horas.
Se dúvidas houvesse de que o país está a
atravessar uma grave crise inflacionista, aquilo que foi possível verificar nos
principais locais de abastecimento da população, acabava com elas:
"Socorro", é o grito que mais se ouve por entre as bancas dos produtos
de maior consumo.
"Parem de mexer nos preços dos alimentos,
se não vamos morrer", dizem tanto os consumidores como vendedores e
vendedoras, que lamentam profundamente actual circunstância que o País está a
viver, pedindo "mais compaixão ao estado angolano".
Nos mercados do Palanca, Kimbango, Golf 2, Avó
Kumbi e nos Congolenses, os mercados onde o Novo Jornal esteve, foi possível
observar as preocupações dos consumidores e revendedores, com o aumento dos
alimentos, sobretudo desde que o governo angolano anunciou a subida do preço da
gasolina.
A caixa de coxa de 10kg, por exemplo, ainda na
sexta-feira, 09 de Junho, custava entre 7.000 a 8.000 kz e já nesta
segunda-feira, 12 de Junho, está entre 11.500 Kz e os 12.000 kz, a caixa de
carapau, que custava 27.000kz, agora está a 31.500 kz, o pescoço de porco de
10kg, que antes se vendia a 9.000 agora está a 11.500kz e a caixa de asa de
frango (Asinha) está a custar 12.300 antes era 11.000 kz.
Ainda outra inovação entre os vendedores que,
para tentarem manter os clientes, em vez de aumentar os preços, diminuem a
quantidade, o que, na prática, resulta em aumentos que podem mesmo ser
superiores ao habitual aumento. Exemplos: os molhos de couve, nalguns locais,
em vez de aumentar o preço, reduzem a quantidade para metade, mantendo o valor
inicial, o que quer dizer que o aumento foi de 100%, o dobro, portanto.
Outros exemplos: Três coxas a 1000 kz, uma
porção de frango de 1kg sai a 2500 kz e de galinha rija a 1.500, quatro peixes
carapau 1000kz, uma porção de mortadela a 1.100 Kz...
O arroz, a massa alimentar e o óleo vegetal são
os elementos da cesta básica que mais dispararam nos mercados.
O sacode arroz de 25kg era comercializado entre
7.500 a 8.500, agora passou para 12.800 a 13.700 kz, enquanto a caixa de massa
alimentar, que era vendida a 3.300 kz, agora está a custar 4.500 kz e o saco de
feijão de 50kg está no valor de 18.500 antes 16.000 kz.
Já o bidão de óleo vegetal de 25 litros está a
ser comercializado no valor de 17.800 a 18.800 kz antes 14.000, o de cinco
litros estão a vender a 4.500 a 5.500 kz, anteriormente 3.200kz e o bidão de um
litro que passou para 1.200 era vendido entre 800 a 900 kz.
E o retalho destes produtos também está a
sofrer alteração. Um quilo de feijão, que na semana passada custava 500, agora
está a vender-se a 750, um pacote de massa alimentar custava 180 a 200, agora
está 250 e um quilo de arroz que era 300kz, estão a pedir 500 a 600k.
A excepção vai para o cartão de ovos, que
continua a custar 2500 a 2600 e a fubá de milho entre 7.000 a 8.000.