As províncias de Benguela, Kwanza-Sul,
Cabinda e Zaire estão desde a semana passada a ser afectadas por calemas, uma
situação que está a preocupar os habitantes destas cidades visto que as ondas
chegam a atingir até seis metros de altura. Desde o início das marés altas,
quatro pessoas morreram e seis pescadores estão desaparecidos em consequência
das calemas.
O aumento do nível das águas está a criar vários problemas e
constrangimentos para quem reside ou trabalha na zona litoral do País. Há
muitas pessoas a serem resgatadas com vida.
As mortes acontecerem nas províncias de Benguela e de
Cabinda. Em Benguela houve o registo de uma vítima, enquanto em Cabinda três
pessoas morreram e outra contínua desaparecida, em virtude do naufrágio da
embarcação artesanal em que se encontravam, no último sábado, na praia de
Chiazi.
O incidente aconteceu por volta das 14:00, quando quatro
pescadores se fizeram ao mar para a pesca, numa altura em que se registavam
ventos fortes.
Desparecidos há cinco dias estão seis pescadores, do
município do Soyo, na província do Zaire, devido às calemas naquela região.
Segundo os bombeiros do Soyo, os pescadores foram
surpreendidos por volta das 06:00, do dia 10, e alguns conseguiram escapar com
vida.
O Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB)
apela aos moradores das localidades afectadas pelas calemas a evitarem frequentar
as praias neste período.
A situação está a tirar também o sono dos pescadores e da
população do município do Amboim, na província do Kwanza-Sul. As calemas
invadem actualmente a zona costeira daquela região.
Já os moradores da Rua da Praia, no Compão e da Restinga, no
município do Lobito, em Benguela, estão preocupados com a segurança das suas
casas devido às calemas que se têm verificado.
O administrador comunal de Chamume, município da Baía Farta,
em Benguela, Alfredo Adiato, disse à imprensa que cinco chatas foram arrastadas
pelas calemas.
No Chamume, as calemas estão a atingir entre 100 a 500
metros, do mar até à estrada principal.
O porta-voz dos bombeiros em Benguela, Jorge David, disse
que o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros tem o registo dos prejuízos
causados, inclusive em alguns restaurantes que estão ao longo da orla-marítima,
em especial os da Restinga.
Mário Campos, capitão do Porto de Luanda, disse à imprensa
que muitos pescadores foram avisados e que desafiaram o mar.
Segundo este responsável da capitania de Luanda, o País está
há duas semanas com calemas altas e lamenta o facto de muitos pescadores
exercerem a sua actividade muito próximo a terra.
Empresários do Soyo e das salinas em Benguela temem pelos
elevados prejuízos em resultado das calemas.
Sobre o assunto o Novo Jornal tentou ouvir o Ministério das
Pescas e Recursos Marinhos, mas sem sucesso.