Lisboa – O nome do General
Geraldo Sachipengo Nunda está a ser indicado como o favorito do Presidente João
Manuel Gonçalves Lourenço para substituir João Ernesto dos Santos
"Liberdade” no cargo de ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e
Veteranos da Pátria.
A saída de “Liberdade” da pasta
da Defesa Nacional deverá ocorrer em breve devido ao agravamento do seu estado
de saúde, que o levou a uma intervenção cirúrgica à próstata em Portugal. O
ministro Ernesto “Liberdade” foi visto pela última vez em 14 de janeiro
passado, por ocasião das comemorações do 12º aniversário do Dia dos Antigos
Combatentes e Veteranos da Pátria, realizadas na cidade do Luena.
A preferência de JL pelo General
Geraldo Nunda advém do reconhecimento de qualidades extraordinárias, como
organização no trabalho, boa conduta nas relações interpessoais e ideias
progressistas. Além disso, ambos têm relações de proximidade desde a infância,
quando cresceram no Bié. Os pais de ambos eram próximos e colegas na
adolescência, o que faz com que JL se sinta familiarizado com Geraldo Nunda.
Geraldo Nunda, que completou 71
anos de idade no passado dia 13 de setembro, esteve recentemente na capital angolana, o que leva a deduzir que
uma provável nomeação pode acontecer em breve. A sua viagem a Luanda (alega-se
que de ferias de 20 dias) não é alheia a uma convocação presidencial feita ao
Conselho de Segurança Nacional, órgão que trata das movimentações militares.
Nascido em Nharaa, Bié, Geraldo
Nunda foi, no passado, comandante da região sul das forças da UNITA até 1993,
quando se desentendeu com Jonas Savimbi, alegadamente por desobedecer a uma
ordem para reagrupar as tropas para o retorno à guerra. Alega-se que
aconselhou ao então Presidente da UNITA, Jonas Savimbi a não residir no Huambo mas sim
em Luanda, onde deveria manter relações
com o PR e o corpo diplomático acredito em Angola, ao invés de reorganizar as
forças armadas, sem logística para alimentar e sem espaço para esconder.
Geraldo Nunda fugiu para Luanda
aos 04 de Janeiro de 1993, numa operação que conduzida pelo malogrado general
Jorge Sukissa. O mesmo integrou o novo
exército nacional, ocupando cargos de alta responsabilidade.
Em 2002, formou-se em História
contemporânea pelo ISCED e, em 2009,
obteve o mestrado em História de Angola pela Universidade Agostinho Neto.
Geraldo Nunda foi Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas de
2010 até 2018. Atualmente, é embaixador da República de Angola no Reino Unido
da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, desde 15 de janeiro de 2020. CK