Lisboa
– Estão a ser atribuídas ao Presidente do MPLA João Manuel Gonçalves Lourenço
alegadas orientações passadas à JMPLA, encorajando que o próximo congresso
desta ala juvenil previsto para 2024, seja marcado por múltiplas candidaturas
independentes, ao contrário dos anteriores encontros em que a direcção do
partido impôs candidatos.
MPLA ensaia
democracia interna
Com a
abertura que se "decretou", já se manifestaram três candidaturas para
o congresso da JMPLA, sendo as mais mediáticas a do jurista/docente
universitário e membro do Comité Central
Tito Cambanje e a de Justino Capapinha, que é abertamente apoiado pelo atual
primeiro secretário nacional da JMPLA, Crispiniano dos Santos. Um terceiro
candidato, Sebany Gaspar, estará a ser apoiado por Nivaldo Pedro Damião
Fragoso, o filho da Vice-Presidente do partido, Luzia Damião.
A
alegada orientação de que João Lourenço quer um conclave com múltiplas
candidaturas está a ser interpretada no interior do partido como um sinal ou
ensaio que ele possa transportar, esta receita, para o próximo congresso do
MPLA, que irá escolher o futuro candidato para as eleições de 2027.
Nos
termos da constituição, João Lourenço está proibido de concorrer a um terceiro
mandato como Presidente da República, a menos que altere a lei magna. No
entanto, não está definido se pretende manter-se na liderança do partido para
ajudar a realizar as eleições autárquicas e, ao mesmo tempo, escolher um candidato
para o substituir no cargo.
Até a
presente data, o MPLA conta com a pretensão do General Francisco Higino Lopes
Carneiro como um possível candidato ao congresso. Paralelamente, uma ala
constituída pelos históricos do partido tem encorajado o antigo Presidente da
Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”, a
apresentar-se no próximo congresso como candidato. Para além dos históricos,
"Nandó" poderá contar com o grupo parlamentar que identifica nele
traços de moderação e ausência de condutas que proporcionariam perseguições
internas.