O
secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse esta quarta-feira, 27, em Luanda,
que a Administração do Presidente Joe Biden acredita que "o futuro passa
por África", disse que o caminho para esse futuro é o "reforço das
parcerias na área da Defesa" e alertou para o perigo que representam
aqueles que procuram ganhar influência vendendo "armas baratas" no
continente.
Numa
intervenção proferida no Arquivo Histórico Nacional, o responsável pela Defesa
norte-americana frisou que nos EUA existe uma consciência clara de que o
continente africano é "fundamental e importante para mudar o mundo do
seculo XXI, para a sua segurança comum"
E
lembrou que "o Presidente Biden acredita que o sucesso de África é crucial
para o futuro da Humanidade".
Mas
sublinhou que África "não precisa de homens fortes, precisa de
instituições fortes" e os EUA estão disponíveis para trabalhar nesse
sentido, considerando que isso é de grande relevo num momento em que decorrem
desafios sérios e profundos à democracia em África, numa clara referência aos
sucessivos golpes de Estado na África Ocidental/Sahel.
E
aproveitou para alertar o continente a partir de Luanda para o perigo que
representam esses golpes, sublinhando mesmo a forma como "grupos de
mercenários ao serviço de autocracias" como o russo Grupo Wagner, estão a
contribuir para desestabilizar democracias em nome de governos que procuram
ganhar influência "vendendo armas baratas" aos países africanos.
Avisou
os generais que lideram golpes e ajudam à desestabilização dos países africanos
que quando estes "se posicionam contra a vontade dos povos, sofre a
segurança e morre a democracia", aproveitado para defender que o
continente "não precisa de homens fortes, precisa de instituições
sólidas", de lideres civis e não de lideres militares.
Mas
defendeu que os militares têm um papel fundamental na defesa dos povos contra
quem procura desestabilizar as sociedades abertas e democráticas, sublinhando
que os verdadeiros miliares "servem os povos e os cidadãos",
apostando nesta máxima os seus 41 anos de serviço militar atá à patente de
general.
Disse
ainda que os EUA não dão por certas as suas parcerias com os países africanos,
sabendo que têm de trabalhar para as consolidar, como é o caso da que têm com
Angola, garantindo que este é um país muito considerado em Washington.
E notou
que os EUA também estão conscientes de que "o futuro pertence a quem
defende a dignidade humana e não a quem a pisoteia", numa outra clara
alusão à alegada contribuição russa para o crescendo de golpes de Estado no
continente.
Falou
neste seu discurso dos fundamentos da cada vez mais sólida parceria entre
Washington e Luanda, dando como exemplo o Atlântico onde ambos os países têm
interesse em combater não só a pirataria como a pesca ilegal, entre outros
aspectos.
E
enfatizou o potencial do trabalho conjunto em operações de paz, deixando
garantias de que o seu Governo está disponível para contribuir, em conjunto com
os seus parceiros africanos, para combater pandemias, a insegurança alimentar,
a crise climática, o terrorismo, o ciberterrorismo e a desinformação onliner e
a pilhagem dos recursos naturais no continente.
Disse
que os EUA querem erguer parcerias assentes na democracia e no progresso e que
defendem que esse progresso role em cima de regras e normas internacionais que
apoiam a prosperidade.
"Queremos
avançar assentes em parcerias fortes porque o futura está a ser escrito
hoje", atirou para a plateia onde estavam dezenas de membros do Governo
angolano, militares e a comitiva alargada de Lloyd Austin.