OGE2024: Os complexos compromissos assumidos pelo Governo - Aumento dos salários da função pública, menos impostos e mais emprego



O Governo assume um conjunto de compromissos difíceis no Orçamento Geral do Estado para 2024 a que chama "as três prioridades de resposta do OGE" e que passam pela valorização dos salários da função pública e da economia, o alívio da carga fiscal dos trabalhadores, aumentando a isenção tributária em sede do Imposto de Rendimento do Trabalho, e o acesso ao emprego e a salários pela faixa da população activa.

Para tal, o Executivo liderado por João Lourenço compromete-se a aumentar em 5% os salários da função pública, a disponibilizar um fundo de 10 mil milhões de kwanzas para a criação de postos de trabalho e a dotação de 50 mil milhões para novas contratações, promoções e progressões de carreira da administração pública.

Diz o relatório de fundamentação do OGE que "ao nível da função pública, os vencimentos demonstram-se relativamente mais desfasados com a actualidade da realidade dos custos".

Para contrariar esse desfasamento, e "sem perder de vista exigências de maior produtividade do trabalhador na função pública e o asseguramento do cumprimento dos limites da âncora fiscal em termos de défice primário não petrolífero e da preservação da sustentabilidade das finanças públicas, em especial a de curto prazo", em 2024 o Executivo procederá a uma actualização por ajuste proporcional e uniforme de 5% dos vencimentos dos trabalhadores.

O Executivo assume que este ajuste pontual dos vencimento na função pública "não altera nem corrige os actuais desequilíbrios estruturais existentes ao nível da harmonização entre a organização da estrutura de carreiras e a folha salarial, mas torna-se prioritário fazê-lo à luz dos desafios enfrentados pelos trabalhadores, enquanto se procede aos estudos de avaliação, visando corrigir a médio prazo esses desequilíbrios e promover uma maior harmonização dos vencimentos".

Tudo isto tendo em conta "as perspectivas de aumento da capacidade do Estado para mobilizar mais receita de impostos não petrolíferos e os níveis de produtividade do trabalho na função pública e no conjunto da economia". Para tal, segundo o documento do Ministério das Finanças, o Orçamento Geral do Estado 2024 prevê 150,00 mil milhões de kwanzas.

O Governo compromete-se igualmente a aliviar a carga fiscal dos trabalhadores, aumentando a isenção tributária em sede do Imposto de Rendimento do Trabalho (IRT).

Actualmente, lembra o MINFIN no relatório de fundamentação, a isenção ascende a 70 mil kz. "Em 2024, o Executivo procederá ao aumento do nível de isenção dos salários em 30 mil kz, passando o novo nível de isenção a ser de 100 mil kz relativamente ao IRT".

Outro dos desafios a que o Executivo se compromete responder é o acesso ao emprego e a salários pela faixa da população activa, sobretudo os mais jovens. Para tal, preparou e incluiu no Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027 (PDN 2023-2027) um programa dedicado aos desafios do emprego no País, visando reforçar a empregabilidade, incentivar o empreendedorismo e a criação do auto-emprego, consolidar o sistema nacional de qualificações, bem como realizar reformar estruturais ao nível do mercado de trabalho.

O Executivo compromete-se igualmente a apostar em novas contratações de profissionais para apoiar a concretização de objectivos sociais prioritários, com destaque nas áreas da saúde e educação, para permitir com isto cumprir com o compromisso de reforçar os recursos humanos nestas áreas de intervenção do Executivo;

Segundo o documento, o Executivo vai ainda permitir novas contratações na Administração Pública para reposição de profissionais em vagas criadas pelas mudanças naturais da folha 
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