Tribunal Militar condena dois efectivos da PN a 20 anos de prisão por terem matado a tiro um militar das FAA

 


Luanda - O Tribunal Militar Regional de Luanda julgou e condenou dois efectivos da Polícia Nacional (PN) - um terceiro subchefe e um agente de segunda -, a penas de 20 anos de prisão efectiva, por matam a tiro, em 2022, quando se encontravam em serviço, um soldado das Forças Armadas Angolanas (FAA), pertencente à Polícia Militar (PM), que circulava na via pública.

Os arguidos foram ainda condenados à expulsão da Polícia Nacional e vão pagar, a título de indemnização, 10 milhões de kwanzas à família da vítima.

A condenação a 20 anos de prisão dos dois polícias não agradou ao magistrado do Ministério Público junto da Procuradoria Militar da Regional de Luanda, que apresentou recurso do acórdão, por achar ser branda.

Segundo o tribunal, os argumentos dos efectivos da polícia de que teriam agido em legítima defesa não ficaram provados, por isso foram considerados improcedentes.

Em julgamento ficou provada a acusação do Ministério Público de que os dois agentes efectuaram disparos contra o então soldado das Forças Armadas Angolanas, pertencente à Polícia Militar, sem qualquer possibilidade de este se identificar.

Conforme a acusação, o militar da PM foi morto após ser confundido pelos policiais com um marginal, que terá, supostamente, assaltado à mão armada, um estabelecimento comercial em Viana, na zona da "Bricomat".

Segundo a acusação, o soldado foi morto na via pública sem ao menos ter
a possibilidade de identificar-se como militar.

Conta ainda que os efectivos da PN tão logo se depararam com o soldado, empunharam as armas de fogo do tipo pistola que estavam na sua posse e efectuaram disparos contra a vítima, que teve morte imediata.

Segundo a acusação, após verificarem que mataram um militar, os acusados colocaram na mão desde uma pistola, simulando que o soldado teria reagido à abordagem policial.

Durante a fase de instrução do processo-crime, conta a acusação, os arguidos tentaram convencer os instrutores que agiram em legítima defesa.

Dos exames periciais de balística forense feitos ao cadáver, concluiu-se que a vítima não efectou nenhum disparo e que a arma de fogo foi-lhe colocada nas mãos.

Inconformada, a defesa dos dois afectivos da Polícia Nacional promete recorrer da decisão condenatória.

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