Controvérsias sobre a Nova Divisão Política em Angola: Analistas e Opinadores Questionam Oportunidade

 


Luanda -  O anúncio feito pelo Governo angolano na sexta-feira, 22, sobre a criação de uma nova Divisão Política e Administrativa (DPA) no país tem gerado críticas e polêmicas entre analistas e formadores de opinião. A medida, que ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento, está programada para entrar em vigor em 2025 e não foi bem recebida por diversos setores.

De acordo com a decisão governamental, Angola passará de 18 para 20 províncias, enquanto o número de municípios aumentará para 325 e o de deputados na Assembleia Nacional crescerá de 220 para 230. As províncias do Moxico e do Cuando Cubango serão divididas em duas entidades administrativas.

Analistas como Queirós Paulino, acadêmico na cidade de Menongue, e Elson de Carvalho, ativista político e social, consideram a medida prematura e sem lógica aparente. O acadêmico argumenta que a divisão de províncias não resolverá as atuais assimetrias regionais, enquanto o ativista destaca a falta de razões para a reorganização administrativa.

Sérgio Calundungo, diretor do Observatório Político e Social (OPSA), questiona o processo de consulta pública realizado pelo Governo, apontando para a falta de inclusão de outros atores interessados no processo. Calundungo destaca a necessidade de dar voz às pessoas afetadas por essa reorganização administrativa.

As novas sedes provinciais estão previstas para os atuais municípios de Mavinga, no Cuando Cubango, e Cazombo, no Moxico. A proposta, que seguirá para o Parlamento, sugere a implementação gradual a partir de 2025, incluindo a preparação do orçamento e recursos humanos para as novas províncias e municípios.

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, ressalta que a DPA não implica alterações na Constituição de 2010 e garante que a instalação das autarquias pode ocorrer simultaneamente, sem interferências prejudiciais.

O processo continuará a ser acompanhado de perto, com a sociedade civil e analistas atentos às implicações e desdobramentos dessa reorganização administrativa em Angola.

 

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