Namibe - O deputado da UNITA, Sampaio Mucanda, fez uma intervenção
contundente no parlamento, expondo as práticas questionáveis e prejudiciais que
vêm ocorrendo no Namibe. Ele destacou a exploração desenfreada por parte de
alguns governantes, que, aproveitando-se da passividade da população,
enriquecem às custas do bem-estar das comunidades locais.
Na legislatura passada, a
tentativa de bloquear a exploração petrolífera no Namibe enfrentou obstáculos
significativos, culminando em manifestações em Moçâmedes e Tômbwa, onde os
manifestantes clamavam: “PEIXE SIM, PETRÓLEO NÃO”. Infelizmente, os esforços
não foram bem-sucedidos.
A nova frente de batalha agora é
a exigência de que as empresas petrolíferas estabeleçam escritórios no Namibe,
em vez de concentrarem-se em Luanda, seguindo o modelo adotado em Cabinda e
Zaire. Mucanda destaca a importância de valorizar a mão de obra local,
ressaltando que a especializada pode ser recrutada externamente, mas
motoristas, auxiliares de limpeza e funcionários administrativos devem ser
selecionados localmente.
O deputado faz um apelo à
vigilância dos namibenses, destacando a necessidade de as empresas petrolíferas
cumpriram com suas responsabilidades sociais, não apenas criando empregos, mas
contribuindo positivamente para a comunidade.
Mucanda também denuncia a
exploração indiscriminada de recursos como rochas ornamentais, titânio e pesca
ilegal. Ele revela a aterrissagem semanal de uma avioneta no Curoca,
transportando dirigentes do regime e estrangeiros, ressaltando a perda
significativa de receitas devido à fuga ao fisco no Porto do Namibe.
A crítica se estende à construção
de estradas descartáveis em uma província rica em recursos como rochas ornamentais
e emulsão betuminosa, levantando questionamentos sobre a postura do Comité
Provincial do MPLA do Namibe.
O apelo final é para que os
namibenses não deixem a política apenas para os políticos. Mucanda instiga a
população a ser vigilante e participar ativamente na gestão pública,
enfatizando que as decisões políticas têm impactos diretos nas vidas de todos
os cidadãos.
Em um chamado à ação, o deputado
conclama a preparação para manifestações, caso a exploração petrolífera e de
outros recursos naturais não gere impacto positivo na vida das pessoas e no
desenvolvimento local. Hold On Angola