Conforme Francisco Jacinto, todos os trabalhadores do País devem estar preparados para tal desafio

 


A Central Geral dos Sindicatos Livres e Independentes de Angola (CGSILA) começa este mês a discutir com o Executivo, através do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPESS), os pontos do caderno reivindicativo com as preocupações da maioria dos sindicatos do País, que desejam ver melhoradas as condições laborais e ter um aumento salarial numa percentagem que satisfaça os trabalhadores.

As centrais sindicais querem um salário mínimo nacional de 250 mil kwanzas, e pedem a todos os funcionários públicos para estarem preparados, este ano, para uma possível greve geral em todo o País, caso o Governo não atenda os pontos-chave das reivindicações.

Por sua vez, o Executivo considera "sonhadora" a proposta da CGSILA de um salário mínimo de 250 mil kwanzas.

O porta-voz das centrais sindicais de todo o País, Francisco Jacinto, assegurou que as negociações do caderno reivindicativo com o Executivo começam este mês, e que a CGSILA quer junto do Governo encontrar soluções para a realização plena dos anseios dos trabalhadores.

Segundo a CGSILA, o ano de 2024, que agora começa, será muito desafiante para os trabalhadores em função da pouca cabimentação dos sectores da Saúde e Educação no Orçamento Geral do Estado (OGE).

Entretanto, a CGSILA assegura que para sector social adivinha-se um ano de 2024 muito difícil tendo em conta os pronunciamentos dos governantes.

A satisfação do caderno reivindicativo por parte do Executivo para este ano é o ponto de partida para a CGSILA que propõe um aumento do salário mínimo nacional para os 245.000 kwanzas.

A maior força sindical do País considera essencial adoptar medidas para enfrentar a actual situação socio-económica dos trabalhadores para corresponder ao custo de vida e à inflação.

O caderno reivindicativo já está nas mãos do Executivo, segundo a CGSILA, e o Executivo está a estudá-lo para ver se haverá ou não sustentabilidade para a sua aplicação.

Vale recordar que, em finais de 2023, o MAPTESS assegurou estar em curso um estudo para uma "uniformização dos salários da Administração Pública", sem, no entanto, avançar de que forma vai o fazer.

A ministra Teresa Dias reconheceu publicamente que os salários praticados em Angola são dos mais baixos, em comparação com os países da região austral do continente.

Francisco Jacinto, o secretário-geral da Central Geral de Sindicatos Independente de Angola assegura que a CGSILA, assim como a União Nacional dos Trabalhadores de Angola-Central Sindical (UNTA), exigem ao Executivo um reajuste do salário mínimo, um aumento do salário da função pública e a redução do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT) para 10 por cento.

Governo considera "sonhadora" a proposta da CGSILA em ter um salário mínimo de 250 mil kwanzas

A ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, considerou, a 28 de Dezembro último, irrealista a proposta das centrais sindicais de adopção de um salário mínimo nacional de 250 mil kwanzas.

"Para implementar um salário mínimo nacional de 250 mil kwanzas, todos teriam de ter a capacidade de pagar esse valor, até para os empregados de casa", disse a ministra, assegurando que se trata de uma proposta "completamente fora do comum" e difícil de implementar.

Entretanto, sem precisar números, a ministra Teresa Dias adiantou que o Governo está a trabalhar, de forma bastante conclusiva, numa proposta de salário mínimo nacional.

"Temos de partir do princípio que isso envolve a auscultação aos sindicatos, às entidades empregadoras mais massivas do País e, por fim, uma reunião de concertação social, em que os grupos técnicos empresariais e os mais representados da sociedade civil são convocados e deliberam um consenso de todos", disse a ministra. NJ

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