Granada lançada por agentes da Polícia faz dez feridos em Capenda-Camulemba

 


Lunda-Norte - O uso da violência policial durante o asseguramento da quadra festiva, fez pelo menos dez feridos, alguns com gravidade, incluindo uma criança de 10 anos, no município de Capenda-Camulemba, na província da Lunda-Norte.

Os agentes da Polícia Nacional (PN), destacados para manter a ordem e tranquilidade públicas junto das populações, segundo os moradores de Capenda-Camulemba, optaram pelos actos de violência contra as pessoas facto que continua a preocupar os habitantes daquela região do leste do país sobre o papel das autoridades.

Para os populares, a corporação não garante o sentimento de segurança, devido ao uso constante da violência.

A operação policial conduzida no dia 24 de Dezembro de 2023, na aldeia de Kitamba, que dista a três quilómetros da sede do município de Capenda-Camulemba, na Lunda-Norte, deixou um saldo de dez feridos, após ter sido lançada, que entre as vítimas se encontra uma criança de 10 anos de idade.

Segundo fontes do O Decreto, o incidente ocorreu no dia 24 de Dezembro, numa altura em que as famílias da localidade de Kitamba aguardavam, com expectativas, o festejo do Natal, quando foram surpreendidos por um grupo de agentes da Polícia Nacional, que esteve de prevenção no referido bairro.

A intervenção policial, segundo testemunha, resultou quando um grupo de supostos marginais foi apanhado a rouba animais da aldeia, uma acção que os moradores afirmam ser recorrente e, sempre que apanhados e levados à Esquadra da Polícia, os presumíveis assaltantes são postos em liberdade.

“Com o eclodir da fome no país, os marginais assaltam os nossos animais, com maior foco para os cabritos e esses marginais têm vindo a causarem avultados prejuízos às famílias camponesas na aldeia do Kitamba”, lamentou Anastácia Kibeto, que apela aos órgãos policiais “a trabalharem no sentido de devolver a segurança aos  populares da referida aldeia.

Ao serem actuados, os três elementos conseguiram escapara e ao se colocarem em fuga, deixaram no local a sua motorizada. Entretanto, os agentes da Polícia Nacional, ao encontrarem a referida motorizada, dizem os populares, “ao invés de irem atrás dos assaltantes, resolveram levar a motorizada na Esquadra”, o que não foi permitido pelos moradores.

“E, de forma insistente, os agentes começaram a puxar a motorizada a fim de ser levada à Esquadra, pelo que um dos efectivos da Polícia Nacional, lançou uma granada que deixou saldo de dez feridos, dentre esses uma crianças de 10 anos, uma mulher e oito idosos da aldeia”, contou a fonte.

Além do menor ferido, os estilhaços da granada feriram igualmente uma mulher e oito homens, todos moradores do município de Capenda-Camulemba.

Na aldeia de Kitamba, a maioria dos habitantes dedica-se às actividades de agricultura familiar e à criação de animais, concretamente cabritos, porcos, cabras e galinhas.

Os activista cívicos entendem que os actos da Polícia Nacional “violam os direitos humanos”, lembrando que a corporação “tem uma função nobre, a de garantir a segurança, direito fundamental de todo ser humano”.

A Amnistia Internacional (AI) documentou um padrão preocupante de detenções arbitrárias, brutalidade policial, intimidação e assédio, alegadamente perpetrados pelas autoridades angolanas.

O Decreto tentou ouvir a Polícia Nacional na Lunda Norte, mas sem sucesso.

 

Fonte: O Decreto

 

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