Oposição diz-se "asfixiada" por Parlamento priorizar votação da Proposta da nova Divisão Político-Administrativa para os próximos dias - "Autarquias esquecidas", dizem

 


A oposição, que queria ver nos primeiros dias deste ano a discussão, no Parlamento, da Proposta de Lei sobre a Institucionalização das Autarquias, o único diploma do pacote legislativo autárquico que ainda não foi aprovado na Assembleia Nacional, sentiu-se "asfixiada" por ter sido dada prioridade à apreciação da Proposta da nova Divisão Político-Administrativa.

Os Conselhos de Ministros e da República já aprovaram a criação de mais duas províncias e nos próximos dias a Proposta da nova Divisão Político-Administrativa será submetida à apreciação dos deputados, conforme avançou, terça-feira, o ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca.

Recentemente, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA concluiu que a criação de mais províncias configura "laivos de mais uma manobra de fuga à institucionalização das autarquias".

"O Executivo não está preocupado com a realização das eleições autárquicas. O que os preocupa é ver o Parlamento aprovar urgentemente a Proposta da nova Divisão Político-Administrativa", disse esta quarta-feira, 03, ao Novo Jornal, o presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes.

De acordo com o político, a elevação de 18 para 20 províncias, de 164 municípios para 325, e isso vai aumentar a estrutura do Estado.

"Com as províncias e municípios que temos, há problemas para a sua gestão, se as aumentarem será mais difícil", concluiu.

O secretário-geral do PRS, Rui Malopa Miguel disse que a priorização da Proposta da nova Divisão Político-Administrativa é para esquecer as autarquias: "Já soubemos destas manobras. Não estão interessadas na implementação das autarquias em Angola", considerou.

Refira-se que a actual divisão político-administrativa na República de Angola foi aprovada pela Lei número 18/16, de 17 de Outubro, com o objectivo de redefinir a divisão político-administrativa e o modelo organizacional do território nacional de forma a garantir uma capacidade de resposta adequada à prestação de um serviço público mais eficiente às populações.

O projecto do Executivo para a alteração do modelo de municipalidade do Estado, aprovado pelo Conselho de Ministros, contempla a divisão das províncias do Cuando Cubango e Moxico em duas, perfazendo, assim, 20 províncias, e o aumento de 164 para 325 municípios.

 

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