Luanda - A UNITA, principal partido de oposição em Angola, realizou uma conferência de imprensa em 3 de setembro de 2024, denunciando graves violações dos direitos humanos e corrupção generalizada no país. O Grupo Parlamentar da UNITA apresentou um relatório detalhado, destacando o autoritarismo e a corrupção institucionalizada como principais obstáculos ao respeito pelos direitos dos cidadãos.
Entre as denúncias, a UNITA destacou execuções sumárias, como o assassinato de Laurindo Vieira em janeiro e a execução de três membros de uma família em Cazenga em junho, supostamente cometidas por agentes do Estado. O partido também criticou o uso excessivo da prisão preventiva, com mais de 2.000 pessoas detidas além do prazo legal, muitas vezes sem julgamento.
A conferência também abordou a perseguição a adversários políticos, ativistas e jornalistas, mencionando casos como o do advogado de direitos humanos Zola Ferreira Bambi e o ativista António Chimbuambua Martins, ambos alvo de detenções arbitrárias. A UNITA denunciou o uso do aparato estatal para intimidar opositores e controlar a mídia, restringindo a liberdade de imprensa e favorecendo o partido no poder.
A UNITA ainda acusou o governo de desviar recursos públicos para enriquecer oligarcas, prejudicando áreas essenciais como saúde e educação, e citou um escândalo envolvendo a consultora Boston Consulting Group (BCG), que teria subornado oficiais angolanos para garantir contratos públicos.