Luanda - No sábado, 23 de novembro de 2024, milhares de cidadãos marcharam em Luanda, organizados pela Frente Patriótica Unida (FPU), exigindo soluções para a fome, a pobreza e o desemprego em Angola. A manifestação, apartidária, contou com a participação de vários partidos da oposição e ativistas, e começou no cemitério de Santa Ana, com os manifestantes se dirigindo ao Largo das Escolas. Usando camisetas brancas e vermelhas, simbolizando unidade e neutralidade política, os participantes expressaram suas críticas ao governo do MPLA, que está no poder há quase 50 anos.
Muata Sebastião, secretário-geral do Bloco Democrático, destacou o descontentamento com a situação do país, enquanto Elda Eduardo dos Santos, dirigente da UNITA, lamentou a miséria e a falta de políticas públicas adequadas. Entre os manifestantes, a vendedora ambulante Rosa Faustino criticou a dificuldade em sustentar sua família diante do aumento dos preços e da escassez de alimentos e medicamentos. Durante o protesto, também surgiram mensagens de alerta, com algumas pessoas comparando a situação política de Angola à de Moçambique, afirmando: "Hoje é FRELIMO, amanhã é MPLA".
A marcha, que aconteceu de forma pacífica, teve como principal tema a crítica à crise alimentar que afeta cerca de 1,3 milhões de angolanos, conforme o Relatório Mundial sobre Crises Alimentares de 2023. A manifestação também destacou a necessidade de um governo mais atento às necessidades da população, principalmente no que se refere à qualidade de vida e aos direitos humanos.