Maputo – Pelo menos 11 pessoas morreram e 16 ficaram feridas em manifestações organizadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane contra os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, informou a plataforma de observação eleitoral Decide.
As fatalidades ocorreram em diferentes regiões do país: sete em Nampula, no norte, duas na Zambézia, no centro, e duas em Maputo, no sul. Entre os feridos, 10 foram registados em Nampula, três na Zambézia e três em Maputo.
Marcial Macome, porta-voz da Renamo, principal partido de oposição, criticou as forças de segurança, acusando-as de “violar os direitos dos manifestantes e dos cidadãos nas suas residências”. Atribuiu a responsabilidade ao partido no poder, a Frelimo, classificando as ações como repressivas.
Por outro lado, o ministro do Interior, Pascoal Ronda, justificou a repressão, afirmando que os protestos foram proibidos devido aos riscos que representam. Segundo ele, os manifestantes estão a ser manipulados por líderes da oposição.
Desde 14 de novembro, a fronteira de Ressano Garcia, principal ligação entre Moçambique e África do Sul, permanece bloqueada, afectando a circulação de pessoas, veículos e mercadorias.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) está a avaliar a realização de uma reunião para abordar a escalada de violência e procurar soluções para o actual cenário pós-eleitoral.