Luanda - O activista Tanaice Neutro, conhecido pela sua atuação em questões sociais, encontra-se desaparecido da Comarca de Calomboloca desde o final de outubro. A denúncia foi feita por Simão Cativa, através da sua conta no Facebook, gerando grande preocupação entre familiares e defensores dos direitos humanos.
De acordo com os relatos, Tanaice foi visto pela última vez pela sua família no posto médico da comarca, onde recebia assistência médica. Na ocasião, terá informado que se encontrava gravemente doente e que tinha sido agredido. Dois dias depois, ao regressarem para uma nova visita, os familiares foram informados por um agente de serviço de que Tanaice estava "castigado" e que não poderia receber visitas até janeiro.
Desde então, passaram-se quase dois meses e o activista continua incomunicável. Os familiares afirmam que, em visitas subsequentes, os agentes penitenciários alegaram que ele se recusa a receber visitas — algo que a família considera improvável, dada a forte ligação entre eles.
Apelo por Acção Imediata
Nesta sexta-feira, a esposa de Tanaice deslocou-se novamente à unidade prisional, mas não obteve progressos. A distância de Calomboloca, localizada a cerca de 90 km de Luanda, representa um custo elevado em transporte e alimentação para a família, agravando ainda mais a situação.
A família e os apoiantes apelam à presença urgente do advogado de Tanaice na penitenciária. Além disso, exigem transparência das autoridades e o direito de verem o activista fisicamente, conforme estipulado pelos direitos humanos e pelas normas legais angolanas.
Contexto e Preocupações
O caso do activista Tanaice Neutro levanta sérias preocupações sobre as condições de detenção e o acesso à justiça no país. Organizações da sociedade civil têm reforçado a necessidade de esclarecimentos imediatos por parte das autoridades da Comarca de Calomboloca.
A ausência de informações concretas e as possíveis violações de direitos fundamentais tornam esta situação alarmante, chamando a atenção da comunidade nacional e internacional.
Até ao momento, não houve qualquer resposta oficial das autoridades penitenciárias ou do Ministério da Justiça.